terça-feira, 17 de novembro de 2009

Você já teve um sonho, Neo, que parecia ser verdadeiro?
E se não conseguisse acordar desse sonho?
Como você saberia a diferença entre o mundo dos sonhos e o mundo real?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Antoine de Saint-Exupéry já dizia...

"O quarto planeta era o do empresário
Falava ele:
- Doze e três, quinze.
- Bom dia.
Aquele homem estava tão ocupado que nem sequer levantou a cabeça à chegada do pequeno príncipe.
- Quinze e sete, vinte e dois. Vinte e dois e seis, vinte e oito.
- Teu cigarro está apagado.
- Não tenho tempo para acendê-lo de novo. Vinte e seis e cinco, trinta e um. Ufa! São quinhentos e um milhões, seiscentos e vinte e dois mil, setecentos e trinta e um. - Concluiu o empresário.
- Quinhentos milhões de quê?
- Hein? Ainda está aí? Quinhentos e um milhões de... não sei mais. Tenho muito trabalho! Sou um sujeiro sério, não me preocupo com futilidades! Dois e cinco, sete...
- Quinhentos milhões de quê? - insistiu o pequeno príncipe.
- Há cinquenta e quatro anos habito este planeta e só fui incomodado três vezes. A primeira vez foi há vinte e dois anos, por um besouro que fazia um barulho terrível, e cometi quatro erros na soma. A segunda foi há onze anos, quando tive uma crise de reumatismo. Por falta de exercícios. A terceira... é esta! Eu dizia, quinhentos e um milhões...
- Milhões de quê??
- Milhões dessas coisas que às vezes vemos no céu!
- Moscas?
- Não, não! Essas coisas douradas que fazem os preguiçosos sonhar. Mas sou uma pessoa séria. Não tenho tempo para divagações.
- Ah! Estrelas.
- Isso mesmo. Estrelas. Quinhentos e um milhões, seiscentos e vinte e duas mil, setecentos e trinta e uma. Sou um sujeito sério. Gosto de exatidão.
- E que fazes com essas estrelas?
- Nada. Eu as possuo.
- E isso serve para quê?
- Para ser rico.
- Eu já vi um rei que....
- Nada a ver! Os reis não possuem. Eles "reinam" sobre. É muito diferente.
- E para que te serve ser rico?
- Para comprar outras estrelas, se alguém achar.
"Esse aí raciocina um pouco como o bêbado", pensou o pequeno príncipe.
- Como é possível possuir as estrelas?
- De quem são elas? - perguntou o empresário.
- De ninguém.
- Logo, são minhas, pois pensei nisso primeiro.
- Basta isso?
- Sem dúvida.
- Quando achas um diamante que não é de ninguém, ele é teu. Quando achas uma ilha que não é de ninguém, ela é tua. Quando tens uma idéia antes dos outros, tu a registras: ela é tua. Portanto, possuo as estrelas, pois ninguém antes de mim teve a idéia de as possuir. - conclui o homem sério.
- Isso é verdade.
- E que fazes com elas?
- Administro-as. Eu as conto e reconto. É um trabalho sério.
- Se possuo um lenço de seda, posso amarrá-lo em volta do meu pescoço e levá-lo comigo. Se possuo uma flor, posso colhê-la e levá-la comigo, Mas tu não podes levar as estrelas.
- Não. Mas posso colocá-las no banco.
- Que quer dizer com isso?
- Escrevo num pedaço de papel o número de estrelas que possuo. Depois tranco o papel à chave numa gaveta.
- E isso basta?
- Claro.
- É divertido. É bastante poético, mas sem muita utilidade. Já eu possuo uma flor que rego todos os dias e três vulcões que revolvo toda semana. É útil para os vulcões, é útil para a minha flor que eu os possua. Mas tu não és útil para as estrelas."


As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando.

domingo, 27 de setembro de 2009

Não resisti

Tive que deixar aqui esse trecho do livro da Lya Luft:

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos – para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
(...) Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. (...) porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: “Parar pra pensar, nem pensar!”
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
(...) O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. (...) Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: “escrever a respeito das coisas é fácil”, já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. (...)
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

Lya Luft

terça-feira, 30 de junho de 2009

Maya

Numa ilha tropical, ao redor de uma mesa, nove pessoas conversam sobre sua visão do mundo:

Chegou a vez de Laura, que não escondeu que grande parte da inspiração para sua visão do mundo era alimentada pela filosofia hindu, sobretudo pelas seis escolas ortodoxas chamadas vedanta, melhor dizendo, keval-advaita, expressão que vinha do filósofo Shankara, que viveu na índia no início do século ix. Keval-advaita significa "não-dualismo absoluto", esclareceu Laura. Proclamou que só existe uma realidade e que os hindus a batizaram de brahman ou mahatma, que significa "alma universal" ou, numa tradução mais direta, "a grande alma". Brahman era eterno, indivisível e imaterial. Desse modo, todas as perguntas feitas por John receberam resposta, e apenas uma resposta, já que brahman era a resposta a todas as perguntas feitas.

- Deus nos livre, Laura - suspirou Bill, que havia sustentado um otimismo científico bastante ingênuo.

Mas Laura não se alterou. Explicou que toda pluralidade não passava de aparência. Quando no dia-a-dia percebemos o mundo como algo variado e plural, isso se deve unicamente a uma miragem, falou, ou ao que os hindus durante milhares de anos vêm chamando de maya. Porque não é o mundo exterior, visível e material que é real. Esse mundo não passa de uma ilusão onírica, e certamente real para os que estão presos em sua rede. Mas, para o sábio, o mundo real é brahman, a alma universal. A alma humana é idêntica ao brahman, explicou, e quando entendemos isso, desaparece a ilusão da realidade exterior. Então a alma se toma brahman, o que na realidade sempre foi, mas sem que soubéssemos.

- Ela disse a última palavra - afirmou John. - O mundo exterior não existe, e toda pluralidade não passa de aparência.

Laura não se perturbou. Afagou as trancas negras e com um sorriso zombeteiro lançou um olhar para todos, enquanto prosseguia em suas explicações.

- Quando você sonha, acha que percebe uma realidade plural e que você se encontra num mundo exterior. Mas tudo o que há no mundo mágico do sonho foi gerado por nossa alma e nada mais. O problema é que você não nota isso enquanto não desperta, e aí o sonho já não existe. Você se desprendeu de todas as máscaras falsas e aparece como o que foi o tempo todo: você mesmo.

- Eu não conhecia essa teoria - admitiu o moderador -, mas ela é fascinante e radical. Pelo menos é quase impossível refutá-la com provas...

Refletiu um instante e acrescentou:

- Você falou em maya, ou estou enganado?

Ela assentiu, e o inglês olhou para Ana, que estava sentada à sua direita. Percebi que ela baixou os olhos, enquanto José lhe passava o braço em tomo dos ombros, apertando-a contra si.

- Cremos que somos nove almas sentadas em tomo de uma mesa - precisou Laura. - Isso se deve a maya. Na realidade, somos facetas da mesma alma. E a ilusão maya que nos faz crer que os outros são distintos de nós, por isso não devemos ter medo da morte. Não existe nada que possa morrer. A única coisa que desaparece quando morremos é a ilusão de estarmos separados do resto do mundo, da mesma maneira que pensamos que o que sonhamos está separado da nossa alma.

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Ligações externas:

http://pt.shvoong.com/humanities/religious-studies/1099886-ilusão-maya/
http://www.casadobruxo.com.br/religa/hinduismo.htm


Ligações internas:

Veja o post anterior aqui no blog chamado "What is real":
http://ocuringa.blogspot.com/2009/06/what-is-real.html


domingo, 21 de junho de 2009

Home - Nosso planeta, nossa casa.

Tudo que vimos ocorrer com a Terra é um reflexo do comportamento humano. Demos nossa imagem à Terra. Temos pouco tempo para mudar. Como este século suportará o fardo de 9 bilhões de humanos se nos recusarmos a prestar conta por tudo que fizemos ao planeta?

-Com o desenvolvimento atual apenas 20% da população já consumem 80% dos recursos isso pelo fato do grande parte dos humanos viverem de forma precária ou com pouco acesso às “necessidade básicas” de uma sociedade, se 100% da população tivesse acesso a Terra são sustentaria fornecer esses recursos..

-O mundo gasta 12 vezes mais com os militares do que com países em desenvolvimento.

-5 mil pessoas morrem por dia por beber água suja. 1 bilhão não tem acesso à água potável.

-Quase 1 bilhão tem fome.

-Mais de 50% dos grãos do mundo são usados para alimentar animais e criar biocombustíveis, e esses animais alimentados com grãos são criados em fazendas de carne para serem abatidos cruelmente e alimentar a população de cidades desenvolvidas, enquanto as populações que produzem os grãos passam fome. Isso sem contar que para ser produzido 1 kg de carne é necessário 15.000 litros de água, enquanto que para ser produzido 1 kg de cereais, ou de frutas ou de raízes é necessário 1000 litros apenas. E lembre-se 5 mil pessoas morrem por dia por beber água suja. 1 bilhão não tem acesso à água potável. Quase 1 bilhão tem fome.

-40% das terras aráveis têm prejuízos em longo prazo, um dos motivos, escassez de água em certas regiões.

-Todo ano 13 milhões de hectares das florestas desaparecem.

-1 em 4 mamíferos, 1 em 8 pássaros e 1 em 3 anfíbios correm risco de extinção. Espécies morrem em um ritmo mil vezes maior que o normal.

-¾ dos campos de pesca estão exaustos, esgotados, ou em perigo de esgotar.

-A temperatura média nos últimos 15 anos foi a maior já registrada.

-A capa de gelo está 40% mais fina que a 40 anos atrás.

-A expectativa é de que haverá 200 milhões de refugiados climáticos em 2050.

O custo de nossas ações é alto, outros pagam sem nem estar envolvidos. Há campos de refugiados do tamanho de cidades, espalhados no deserto. Quantas mulheres, homens e crianças serão deixados de lado amanhã? Devemos criar barreiras para quebrar as correntes da solidariedade, separar pessoas, e separar a felicidade de uns da miséria de outros? É tarde demais para ser pessimista.

Sei que um homem sozinho pode derrubar toda parede.

-Lesoto, um dos países mais pobres, é PROPORCIONALMENTE o que mais investe em educação do povo.

-Quatar um dos mais ricos tem as melhores universidades.

-Na face da miséria e sofrimento, milhões de ONGs provam que a solidariedade entre pessoas é maior que o egoísmo das nações

-Em Bangladesh um homem pensou o impensável, e fundou um banco que só empresta a pobres, em 30 anos, mudou a vida de 150 milhões.

-Antártida é um continente com grandes recursos naturais de que nenhum país pode ser dono, uma reserva natural devotada a paz e a ciência, um tratado assinado por 49 países fez deste um tesouro dividido por toda a humanidade.

É tarde demais para ser pessimista

-Governos atuam para proteger 2% da água territorial. Não é muito, mas é 2 vezes mais do que a 10 anos.

-O primeiro parque natural foi fundado a apenas um século. Criam espaços onde a atividade humana está no ritmo de preservação de espécies, solos e paisagens. Esta harmonia entre espécies e humanos pode virar regra, não mais a exceção.

-Nos EUA, NY percebeu o que a natureza faz para nós, essas florestas e lagos dão toda a água potável da cidade.

-Na Coréia do Sul, as florestas foram devastadas pela guerra. Graças a um programa nacional de reflorestamento, elas cobrem de novo 65% do território. Mais de 75% do papel é reciclado.

-Costa Rica escolheu entre gastos militares e conservação das terras. O país não tem mais um exército. Prefere dedicar seus recursos a educação, ao ecoturismo e a proteção da floresta primária.

-Gabão é um dos maiores produtores de madeira do mundo. Força a exploração seletiva, não mais de 1 arvore por hectare. Suas arvores são um dos mais importantes recursos do país, mas elas têm tempo de se regenerar. Programas que garantem uma administração das florestas. Eles devem ser obrigatórios

-Para consumidores e produtores, justiça é uma oportunidade aproveitada. Quando a troca é justa, quando compradores e produtores se beneficiam, todos podem prosperar e ganhar uma vida decente.

-Como pode haver justiça e igualdade entre pessoas cujas ferramentas são as mãos e aqueles que cultivam com máquinas e subsídios? Vamos ser consumidores responsáveis. Pense no que compramos.

É tarde demais para ser pessimista.

-Agricultura em escala humana pode alimentar todo o planeta, se a produção de carne não tirar a comida da boca das pessoas.

-Pescadores que se preocupam com o que pescam e se preocupam com as riquezas do oceano.

-Casas produzindo energia própria com tetos que captam a energia solar e armazenam.
5 mil pessoas moram no primeiro “Distrito amigo ecológico” em Freiburg, Alemanha. Outras cidades compartilham do projeto. Mumbai é a miléssima a se juntar a elas.

-Governos de Nova Zelândia, Islândia, Áustria, Suécia e outras nações fizeram do desenvolvimento de energias renováveis, alta prioridade.

-80% da energia consumida vêm de combustíveis fósseis, mas na Dinamarca há um protótipo de uma indústria que libera carbono no solo ao invés do ar. Uma solução para o futuro? Ninguém sabe ainda.

-Na Islândia uma indústria movida com o calor gerado pela Terra, minhocas marinhas boiando para absorver a energia das ondas e produzindo eletricidade, fazendas eólicas no litoral da Dinamarca, que produz 20% da energia do país. Onde na Terra o vento não sopra?

-Desertos fritando ao sol, tudo na Terra é ligado, e tudo é ligado ao Sol, sua fonte original de energia. Homens não podem imitar plantas e captar energia solar? Em uma hora o sol dá à Terra, a mesma quantidade consumida pela humanidade em um ano. Enquanto a Terra existir, a energia solar será inesgotável. Só precisamos parar de cavar na Terra e olhar para o céu.

É hora de nos juntarmos, o importante não é o que já foi, mas o que ainda resta.

Ainda temos metade das florestas do mundo, milhares de rios, lagos e geleiras e espécies prósperas.
Sabemos que as soluções existem hoje. Todos temos o poder de mudar. Então o que estamos esperando?

Cabe a nós escrever que acontece em seguida. Juntos.

Muitas pessoas falam que eu não tenho o que fazer, que isso só é bonito no papel, e nunca vai acontecer. Minha resposta é que não me preocupo com isso nem com o que os outros pensam sobre mim, posso sonhar com algo irreal. Já ouvi dizerem que eu acredito muito no ser humano, que o ser humano no geral nunca vai ser capaz de superar a ganância e viver em paz, mas acho que a resposta que eu poderia dar para essas pessoas já veio à muitos anos:

Imagine all the people (Imagine todas as pessoas)
Living life in peace (Vivendo a vida em paz)
You may say, (Talvez você diga)
I'm a dreamer (que eu sou um sonhador)
But I'm not the only one (Mas não sou o único)
I hope some day (Desejo que um dia)
You'll join us (você se junte a nós)
And the world will be as one (E o mundo, então, será como um só)

domingo, 7 de junho de 2009

What is real?



"O que é real? Como definir o real? Se você está falando do que pode ser cheirado, provado e ser visto, então real é simplesmente um sinal elétrico interpretado pelo seu cérebro."



A Matéria

Desde que nascemos somos condicionados a ver o mundo de uma certa perspectiva, acostumados a aceitar o mundo como algo material, desde o início do aprendizado e através dos anos, mas vamos pensar...
No seu dia-a-dia você recebe diversas informações: você lê jornais, escuta músicas, almoça... E ao longo da vida também. Vive numa realidade que aceita, e interpreta para podê-la sentir, então você vive confiando nos seus sentidos, os 5 para ser mais exato, para você a realidade não é nada mais do que interpretação atravez de sentidos.

A visão por exemplo, os fótons vão do 'objeto' para o olho, são refratadas e por aí vai... até serem interpetrado por sinais elétricos, transmitidos por neurônios para a parte de trás do cerebro responsável pela visão. Então toda a sua tela, seu campo de visão é reproduzido numa parte minuscula do seu cérebro.
E o mesmo serve para o tato, paladar, olfato e audição. Impulsos elétricos.
Em primeiro lugar então você vê o mundo como ele lhe parece, como você o interpreta.

E outra pessoa, mesmo tendo sua estrutura igual, tem sua genética e experiências de vida diferente, então o que impede essa pessoa de 'sentir' o mundo de outra forma? O conceito de o que é para você o vermelho, para essa outra pessoa pode ser 'sentido' como o verde.
E sendo tudo sentido através de impulso eletricos, uma cópia do mundo externo, nada impede dessa cópia não ser fiel ao original.
Então tudo que caracterizamos como matéria, não passa de extimulos elétricos nos neurônios.

Se você vê uma pedra no mundo externo, na verdade ela não está no mundo externo, mas sim dentro do seu cérebro.
Enquanto você lê esse texto, você não está na sala que acha que está, mas o contrário, a sala é que está dentro de você!
Estique sua mão e olhe para ela, note o seu corpo, você sente que esta dentro dele, que a sua existencia está envolvida pelo seu corpo, mas na verdade o seu corpo também é uma imagem formada no seu cérebro.

Nós crescemos acreditando que algo existe só pelo fato de tocar, cheira, e ver... mas na verdade toda essa sensação que temos, essa noção de existência é só uma idéia em nossa mente, e essas idéias estariam em lugar nenhum, mas sim em nossas mentes.

Vamos exemplificar:
Se podessemos computadorizar essas sensações, coloca-las em um CD, e se pudessemos conectar o cérebro de alguéma a um computador sem que essa pessoa morresse ou perdesse a conciência, e através desse CD no computador enviassemos as informações através de impulsos eletricos para esse cérebro, estariamos estimulando a pessoa a sentir algo que não existe no que consideramos real, ela poderia ver, cheirar, ouvir e tocar em coisas que na verdade só existiriam dentro de um computador.

Então trazendo essa idéia para a nossa vida, o que impede de que o que nós vemos não seja também apenas um estimulo de uma fonte que não a existência da matéria em si? E de onde viria esse estimulo? Essa é a pergunta que considero pergunta chave!

Uma antena de tv, emite sinais, que são captados pelo aperelho de televisão e INTERPRETADOS com som, imagem e atualmente até cheiros com tecnologias mais avançadas, se esses sinais das antenas fossem cortados as sensações na televisão também sumiriam, então para a televisão o que ela consideraria real, se tivesse consciência, o que ela veria e ouviria seria fruto de apenas um sinal de antena de uma emissora. A televisão poderia ser um ser inanimado dotado com apenas 2 sentidos (as tvs mais comuns) audição e visão, já nós somos dotados com 3 sentidos extras.

O propósito de todo esse post, surgiu com um artigo que li sobre uma descoberta de Alain Aspect, onde ficou provado através da física quântica que a realidade não é tão simples quanto parece ser. E de todos os assuntos que gosto o conceito de realidade é o que mais faz os miolos queimarem...

Por hoje vou deixar esse pequeno grande texto, e quando der completo com mais coisas que gostaria como mundo dos sonhos, e o próprio assunto do Alain Aspect.

Será que a noção de realidade, de matéria e organização das coisas realmente é o que parece?
Fontes: Wikipédia, dócumentários, e sites da internet como:
Mundo na realidade é silencioso e incolor
-http://www.terra.com.br/curiosidades/ciencia/ciencia_02.htm#topo

sábado, 6 de junho de 2009

Uma carta para Vera...



"Será que podemos fazer alguma coisa para aceitar que a vida seja tão breve?"

por enquanto, devido a provas no mundo real... apenas citações de livros que estou lendo =)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Um pequeno grande Príncipe diz:



"Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." (Antoine de Saint-Exupéry)

That's it!


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Se eu fosse você, leria o pequeno príncipe, sabia?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Pq "O Curinga"?

Em uma fábula que demorou cerca de bilhões de 'linhas' para ser escrita, vivia esse nosso personagem. O Curinga. O Curinga não era um personagem triste, nem muito menos, como muitos pensam, um bobo da corte que faz suas peripécias para alegrar os outros. Ele era apenas mais um personagem da grande história, a história da vida, sem grandes poderes, sem grandes habilidades ou vantagens sobre seus companheiros.

Como qualquer um, nosso personagem vivia... tinha seu corpo e sua alma (se é que ele acreditava que ela existia). Acordava cedo como os Valetes de Paus para alimentar seu cachorro. Discutia com seus amigos como a Dama de Espadas, trabalhava como o Rei de Ouros e amava alguem como a Às de Copas, mas ele era Curinga.
A cada passo seus guiços o lembrava que ele era Curinga, e nada mudaria isso. Não era de Copas, nem de Ouros, nem de Paus e nem de Espadas. Era Curinga.
E como Curinga se perguntava o por que de ser tão colorido, enquanto o resto a sua volta usavam roupas padrões. Não aceitava que ele por ser Curinga não tinha seu naipe, e nunca teria, pois era, como sempre soube, apenas Curinga, e como Curinga, era como tal que deveria viver.
Enquanto Dama de Paus, senhora da sociedade, vivia a caminhar pelo baralho, posuda, esbanjando o glamour e as riquezas ganhas pelo Rei de seu naipe, o Curinga apenas se contentava em caminhar pelo baralho, sem a popozidade de um naipe de Paus, ele apenas caminhava pelo baralho.
Enquanto Oito de Ouros trabalhava sem cessar para deixar seu Rei orguhoso com seu esforço e dedicação. O Curinga, por ser Curinga, se contentava em trabalhar para viver, sem se martirizar, não deixava de caminhar pelo baralho como a Dama de Paus, trabalhava sim, mesmo as vezes caminhando.
Enquanto Valete de Espadas, rapaz jovial, esbanjava sua gloria, iluminava cada salão do baralho que entrasse, vivia as noites, as festas a alegria de cada evento como se fosse o ultimo de sua vida, o Curinga, rapaz encantador sim, talvez não tanto quanto o Valete de Espadas, mas encantador, agradavel e bonito, se divertia, frequentava as festas da sociedade, mas trabalhava, e caminhava... e era Curinga.
Não que o Curinga fosse melhor que os outros, como a Dama era como devia ser, era assim que o Curinga era, nem pior nem melhor que os outros.
E como Curinga ele via o que os outros não viam, talvez uma maldição, uma punição o deixara como um Curinga, um ser que pensava. Não aceitava apenas olhar para seu corpo, um amontuado de carne, com pelos em lugares determinados, e dentes.
Pode ser que a Dama de Paus visse seus cabelos, afinal vivia penteando-os, mas nao como o Curinga os via.
Pode ser que o Valete de Espadas visse as estrelas e a lua acima de sua cabeça a cada festa que frequenta, mas não como o Curinga as via, e as sentia, em sua distância, em sua maravilhosa existência.
Talvez o Curinga tivesse vindo ao mundo com o defeito de ver as coisas demais e de ver todas elas em profundidade, pois enquanto o resto dos naipes estava se preocupando em viver como era de praxe cada carta se comportar, se preocupando em estudar, ir ao teatro, assistir um filme, trabalhar, comprar roupas com naipes mais bem desenhados o Curinga se dava conta do que os outros não se davam, talvez não com a mesma profundidade. Ele se dava conta de que vive.
Sim, o Curinga comprava guizos novos, trabalhava, ia ao teatro e assistia filme, mas ele não deixava de se fazer a pergunta mais básica e mais enigmática: "Mas de onde veio esse homem de borracha? Como tudo surgiu?" Mas faze-la do fundo de seu coração, não apenas se perguntar vaziamente.
E como Curinga ele aceitou viver.
"Esse texto foi com base na idéia do livro de Jostein Gaarder - O Dia do Curinga, que usa o curinga como uma figura, numa sociedade que vive muito preocupada com seu dia-a-dia, com seus deveres, trabalhos, discussões, problemas que na maioria das vezes a propria sociedade criou, e por ocupar tanto a cabeça com essas situações acaba por perder o mundo a sua volta, acaba não vendo a beleza que é estar vivo, o milagre que é isso. Não um homem caminhar sobre a água, não um cego voltar a enchergar, mas haver um homem para entrar numa água e haver um homem que mesmo não enchergando, existe. Gostei muito de como ele usou o Curinga e as cartas do baralho para mostrar isso, mostrar uma coisa que sempre pensei. Por esse motivo me encantei pelo Curinga"
Quem quiser um bom livro com o tema desse post, fica a dica!