Waking Life. Eu não quero ser uma formiga. Eu não sou uma formiga, mas me sinto como uma algumas vezes. Todos os dias, acordamos em um contínuo piloto automático. Rotina. Nosso cérebro parece nos condicionar a repetir as mesmas ações, da mesma maneira, todo o tempo.
Informações sem conteúdo, sem importante e sem valor humano. Condicionamos-nos a viver numa colônia onde é apenas permitido, esbarrarmos nossas antenas e trocar informações breves. Sem nenhuma profundidade, significado ou sentimento. Você nunca verá uma pessoa que senta do seu lado no ônibus lhe perguntar: “Como foi o seu dia?” – Repito, nunca. Toda informação que trocamos no nosso dia-a-dia com outras pessoas desconhecidas servem apenas para um único propósito: “Manter ativa nossa colônia de formigas”. ‘Dirija’,’não beba’, ‘não fume’, ‘pare’, ‘ande’, ‘ketchup?’, ‘tenha filhos’...... São todas informações de sobrevivência, não somente a sua sobrevivência, mas a sobrevivência da colônia, da sociedade. Da ordem e da civilização. Ela que nos coloca em coleiras, que nos mantém seguindo um rumo em direção ao progresso da colônia.
A espécie humana é o único animal que em meio a um centro de cidade, cercado de pessoas da mesma espécie consegue se sentir sozinho.
Por um mundo menos plural. Sejamos mais singulares, vejamos-nos como uma única espécie que somos. Com isso só temos a ganhar. Idealismo, sim, mas antes um bom idealista do que uma formiga esbarrando suas antenas em meio a um vazio sem significado.